terça-feira, 14 de abril de 2009

A solidão de todos e de cada um - Kate



Sinto minha solidão diminuir.
O infinito sempre me pareceu maior aos 12 anos,
quando a noite se avolumava pra dentro de mim,
trazendo consigo todas as interrogações que ainda carrego, tanto anos depois.

Sim, tenho solidões menores.
O vento frio de hoje fustiga-me menos de quando daquelas longíquas noites infantis.
Aterrava-me a noite.
Hoje tenho somente um medo controlável do negrume silencioso que nos acomete todos os dias.

Assim, com a gradativa proximidade do fim, o medo diminui,
o costume se instala e quase chego a ansiar que já se acabe.

As solidões se acumularam e acostumei-me com elas.
Vêm sozinhas ou acompanhadas,
sentam-se ao meu lado e me compreendem profundamente.
Não preciso falar ou chorar como antes,
apenas respirar suavemente,
deitar meu olhar no infinito e aguardar até que me deixem em paz uma vez mais...