domingo, 16 de agosto de 2009

Amor Imperfeito - Renata

Quando criança, eu achava que não era digna de ser amada porque meus cabelos não eram loiros, meus olhos não eram claros e meu nome não era Vanessa. Na adolescência, eu achava que meu pai não me amava porque ele foi (é) um pai ausente. Já adulta, cheguei a pensar que, como mulher, talvez eu não fosse digna do amor de um homem... E tudo isso porque a minha concepção de amor sempre esteve associada a uma determinada ideia de perfeição, que deturpou a maneira como eu sentia a minha vida.

Depois de muito sofrimento, de algumas terapias, de muito conversar com amigos e até mesmo de me expor neste blog e receber comentários, tenho vivido a minha vida de uma maneira mais leve. Hoje em dia, aprendi a amar a Renata Mendes Ribeiro do jeitinho que ela é, o que não significa que eu tenha desistido de melhorar algumas de suas características. Meu pai continua ausente, afinal, ele mora do outro lado do mundo, mas sei (e sinto) que ele me ama à maneira dele, que não necessariamente é igual ao que eu costumava idealizar. Quanto a ser digna do amor de um homem, digo que sou digna de amor, afinal sou um ser humano que erra e acerta tanto quanto os demais e que deseja amar e ser amada como qualquer outra pessoa.

Nestes 27 anos de existência, aprendi a ser mais flexível e aberta à vida, tendo a consciência de que todos somos perfeitos em nossa imperfeição, que nem sempre seremos amados pela pessoa que amamos, assim como nem sempre amaremos a pessoa que nos ama. Às vezes, escolhemos amar o outro mesmo não sendo correspondido. Outras vezes, aquele que nos ama faz questão de construir uma amizade para seguir nos amando e sendo amado por nós, mesmo que de outra maneira, diferente da inicialmente desejada. Essas escolhas dependem do quanto amamos o outro e de quanto o outro nos ama e deseja compartilhar sua vida com a gente, mesmo que como um amigo.

Como meu amigo Aggeu sempre diz, o amor incondicional, sem apego, faz bem a todos, mas não é senso comum. Depende de uma mudança na maneira como sentimos o amor e a vida. Como eu desejo desassociar a dor do amor, tenho procurado sentir esse amor incondicional; às vezes, sinto que me aproximo dele, outras vezes ele me parece mais distante. O importante é seguir tentando essa aproximação.


Dedico esta reflexão ao meu amigo Aggeu, com quem compartilho minha busca por uma vida mais leve, mais feliz e com quem aprendo muito sobre mim mesma e sobre o amor.