quinta-feira, 21 de maio de 2009

Do bom de sentir saudade - Kate




Sei que estou ficando velha.

Não pelos anos que me são acrescentados, nem pelo fio de cabelo branco que já encontro todos os dias em minha basta cabeleira.

Sei que estou ficando velha, porque olho os jovens com mais doçura, com uma suave melancolia e sinto uma pontada de inveja quando observo hordas de garotos adolescentes atravessarem na faixa de pedestres à minha frente com o suor lhes manchando as camisas e um ar de triunfo no rosto imberbe.

Sei também porque os tempos de minha adolescência me parecem cada vez mais doces e distantes. Todas as agruras e incertezas que enfrentei, aqueles problemas abissais que me pareciam insolúveis e dolorosos, me trazem hoje um sorriso ao rosto.

Os tempos infantis, as brincadeiras de minha infância das quais esqueci as cantigas me parecem ter ocorrido noutra galáxia, noutro universo. O garrafão desenhado a giz branco no asfalto, o ônibus escolar que nos apanhava na porta de casa, os copos de amendoim que ganhei nas merendas da escola, além dos rasgões nas calças e os sermões dos professores parecem ter acontecido a outra pessoa. Parecem cenas de diversos filmes que assisti ao longo da vida. Todas as lembranças se misturam em minha mente e, boas ou ruins, todas me trazem saudade.

Gostaria de poder fazer-me entender pelos que passam pela infância e juventude agora. Gostaria de mostrar o filme do que é ser adulto. Ser adulto é ter saudade de um tempo que não volta jamais. Ser adulto é enfrentar as dores e o medo e não ter a barra da saia da mamãe para agarrar.

É por este discurso que tenho certeza de que estou ficando velha, mas não abro mão da juventude e da leveza que ainda habitam dentro de mim.


PS . Tenho 35...

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Um novo começo - Renata


Ontem, 13 de maio de 2009, completei 27 anos de vida. Desde que me tornei adulta sinto meus aniversários como ritos de passagem. Recordo os momentos mais significantes de minha vida e tento antever o que ainda está por vir de acordo com os desejos ainda não concretizados.

Este ano, mais do que todos os anteriores, percebo meu aniversário claramente como um novo ano que se inicia em minha vida pessoal e profissional, ambas diretamente ligadas.

Semana passada comecei num novo emprego cheio de desafios. A cada um deles que transponho, percebo que minha confiança em mim mesma como pessoa e como profissional se fortalece e vai, aos poucos, amenizando minha insegurança.

Há algum tempo, tenho buscado um equilíbrio interno, aquele sobre o qual Kate escreveu neste blog. Um estado de espírito que nos mantém serenos e sábios para tomar decisões em situação de estresse, cada vez mais corriqueiras.

Saio para o trabalho todos os dias no mesmo horário e, geralmente, sei o trânsito que irei enfrentar e em quais pontos de meu trajeto. Porém, há dias em que esta porção de trânsito é maior do que eu esperava e, portanto, é preciso pensar rápido em alternativas para chegar ao trabalho.

Situação boba, alguns podem pensar, mas quando se agenda uma gravação ou uma reunião e há outros profissionais contando com sua pontualidade, o estresse e o medo de não chegar a tempo podem ser desgastantes.


Para este novo ano de minha vida desejo pensamentos mais saudáveis, paz de espírito, desejo sentir as coisas exatamente do jeito que elas são, sem exagerar nada; gostaria de substituir a melancolia pela serenidade e assim transformar minha vida numa caminhada mais leve.