quinta-feira, 14 de julho de 2011

INIMIGA MORTAL - Kate

Morrerei de impaciência
Pode oferecer-me a taça envenenada
Pode enfiar-me a lança mortal
Morrerei de impaciência

Ela me espreita e me consome hoje
Ela me afoga agora em seu mar de ondas selvagens
Onde meus pés jamais alcançarão a praia.

Morrerei de impaciência
Com uma plateia impossível de agradar
A solidão a rir-se de mim
E o tempo a olhar-me com sua habitual ironia.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Maternidade - Renata

Até a minha pré-adolescência eu dizia que aos 18 estaria casada e aos 21 seria mãe. Dos 15 anos até pouco tempo atrás eu pensava que o casamento e a maternidade não seriam para mim, mas hoje, particularmente neste 30 de junho de 2011, aos 29 anos de idade, entendi que quero ser mãe. Provavelmente não agora, até porque antes pretendo encontrar o marido.

Passei a tarde realizando exames clínicos ginecológicos de rotina e para minha sorte fui atendida por uma médica atenciosa e falante. Todo vez que consulto um médico ou realizo qualquer procedimento ligado à minha saúde, eu costumo mencionar o Linfoma de Hodking, que tive há 16 anos. Curiosamente, a Dra. também sobreviveu à doença e daí em diante ficamos batendo papo, enquanto ela apertava a minha pélvis cheia de água. No meio da conversa ela parou:

- Olha só ... que legal ... você está ovulando nos dois ovários. Você têm gêmeos na família? Essa é uma característica genética, significa que quando você engravidar poderá ser de gêmeos.

Eu fiquei tão feliz! Confesso que ainda estou. De uns tempos para cá tenho pensado muito em crianças. Observo elas na rua, me encanto com um sorriso ou um som meigo delas. Só não me habituo ao choro estridente. Mas, quem sabe ouvido de mãe é menos sensível a esse ruído?

Engravidar de dois pequenos seres ao mesmo tempo seria bom, já que penso em, um dia, ter três. Me pouparia uma gestação. Voltei no ônibus me sentindo plena, o vento batendo no meu rosto, o sol se pondo no horizonte ... lindo dia. Em algum momento dessa plenitude me dei conta de que estava curtindo algo que não existe, apesar de, em algum momento de minha existência, poder se tornar real; essa possibilidade já é o motivo de minha felicidade. Quando fiz a quimioterapia e a radioterapia, fui alertada de que, em consequência desses tratamentos, eu talvez não pudesse gerar filhos. Sou grata à vida por este prognóstico não ter se confirmado, afinal, eu nasci para ser mãe.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Cineasta ... será? - Renata

Há tempos não escrevo aqui, tampouco visito o site. Minha última postagem data de setembro de 2010. Tantas coisas aconteceram desde então. Eu de novo estou a procura de um projeto profissional, mais do que um trabalho. Desde a época da faculdade desejo trabalhar com cinema de ficção, contar histórias criadas pela minha imaginação, materializadas em imagens e sons exibidos na tela grande. Esse sonho parece cada vez mais distante, quase impossível de se concretizar. Cada vez que um projeto no qual estou envolvida termina, ressurge o desejo de procurar (e conseguir) uma vaga em produtoras como a O2, do Fernando Meirelles. Adoraria trabalhar como assistente desse cineasta, imagino que eu não seja a única! Tanta coisa para aprender com o cineasta e ele me parece um cara ético, humilde, gente boa. Quando trabalhei no SESC produzi a gravação de uma entrevista com um cineasta brasileiro famoso arrogante, que chegou atrasado, respondia as perguntas com má vontade e nos dispensou logo, alegando que tinha muito o que fazer. Com exceção da "louca" com quem trabalhei durante um mês (terrível), todas as demais equipes das quais fiz parte foram inesquecíveis, pois a relação sempre foi de companheirismo, amizade e respeito. Mais do que trabalhar com cinema de ficção, eu desejo seguir fazendo parte de equipes assim. Seria maravilhoso unir as duas coisas, mas eu não controlo isso.

Estou tão triste por não saber pra onde ir, o que fazer. Na área cinematográfica a indicação é o meio de fazer parte da turma e a minha (da qual faço parte desde que me formei) é a do documentário. Deixo claro que gosto muito de fazer documenários e que todas as experiências que tive com a produção deles me ajudou a me desenvolver como pessoa e como profissional. Mas, o desejo que me motivou a estudar cinema continua gritando e eu não sei mais o que fazer.

Eventualmente trabalhos com edição de vídeo ou afins vão surgir, afinal estou cadastrada em sites de trampos da área e acompanhando sites que divulgam vagas nessa área. O chato é que a galera do cinema não procura mão de obra nesses sites e sim no círculo de amigos.

Há um mês estou sem trampo e como ainda é recente, eu seleciono as vagas que se adequam mais ao meu perfil, mas confesso que temo o porvir ... sei que depois de dois ou três meses a minha peneira ficará mais larga e o meu critério de seleção mais abrangente.

Para manter a calma emocional eu penso: "venha o que vier, peço apenas que na equipe da qual eu farei parte reine o respeito, o companheirismo e a ética".

quarta-feira, 9 de março de 2011

Balada de Agosto e Azulejo - Kate


Eu bem poderia morrer
depois de duas canções de Zeca Baleiro
eu tranquilamente morreria
depois de duas canções dele
fecharia meus olhos e descansaria
ouvindo eternamente suas baladas
que me atingem como balas de canhão
arrombando meu peito
e meu cérebro

Eu bem poderia morrer
pois já me sinto tonto
embriagado pelo som
tomado de poesia
tomado de amor
e de melancolia


http://www.youtube.com/watch?v=4cQH-UWRcPE