quarta-feira, 29 de julho de 2009

Desarme-se, prima - Renata

Esta noite passei mais algumas horas agradáveis com minha querida prima Kate no msn. Conversamos via webcam e eu pude ouvir sua deliciosa gargalhada, cujo poder de me animar é impressionante. Contei a ela as novidades profissionais, além dos acontecimentos do dia.

Hoje foi um dia especial, planejado para ser um dia sem planos. Ou quase. Uma atividade eu tinha certa para mim: visitar uma exposição de livros de artista no Centro Universitário Maria Antônia. Pois bem, fui ver os livros objetos e os objetos em forma de livro, mesmo com aquele monte de água que resolveu despencar nesta quarta-feira.

Depois disso, senti-me livre para decidir, sem pressão, a próxima atividade. Desci na frente do HSBC Belas Artes para conferir as atrações cinematográficas e os horários, mas achei melhor comer alguma coisa antes. Fui na Bella Paulista, recomendação de uma colega de trabalho muito querida; comi um sanduíche de forneria que me pareceu o tal Bauru do Ponto Chic, um prato paulistano que essa mesma colega afirmou, eu tinha que conhecer. Comi o sanduíche Paulista, acompanhado de uma Bohemia Long Neck. DELICIOSO!

O celular marcava 15h e tanto e eu resolvi dar uma volta no shopping. Nada me apeteceu o suficiente para gastar dinheiro. Resolvi voltar para casa antes de o trânsito caótico ter início. Até essa parte, contei para a Kate. Só não contei que ao chegar em casa fui acometida por uma tristeza, extravassada em muitas lágrimas.

Embora as engrenagens exteriores estejam se ajustando, há ainda algumas coisas internas não resolvidas. Sem saber, Kate me disse "Desarme-se, prima", referindo-se a um determinado assunto, mas eu sinto que o desarmar-se pode servir para várias outras situações em minha vida.

Já tenho feito uso dele quando tomo o trem, que costumava ser um martírio para mim num passado recente: nem sempre o cheiro é agradável para o meu olfato ou as imagens são prazeirosas para a minha visão, mas tenho encontrado um prazer cotidiano no andar de trem, especialmente quando vejo a marginal engarrafada pela janela, enquanto sou transportada sem interrupção.

Também tenho me desarmado com relação às pessoas. No início desta semana, fui abordada por um homem embreagado no metrô, que me cutucou e perguntou: "Você tem medo da morte?" Depois de responder a sua pergunta com um sorriso simpático, eu disse que não estava a fim de conversar e ele, curiosamente, respeitou a minha vontade.

Agora falta aplicar o "desarme-se" na área sentimental. Sigo aguardando a oportunidade para fazê-lo.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Tempo de viver - Renata


Nunca fui fão do campo porque não gosto de insetos, mas gostaria de ter vivido a experiência de acompanhar o desenvolvimento de uma planta, do momento em que ela é posta na terra até o seu florescimento. Acho que tal vivência diminuiria minha ansiedade diante da vida.

Desde que me lembro, sinto como se estivesse aguardando o tal florescimento que nunca chega. Fico na expectativa de algo amorfo que corresponderia ao momento tão esperado da flor, quando esta desenvolve-se em toda a sua forma e esplendor... o momento em que minha vida aconteceria. Aconteceria porque eu seria independente, bem resolvida comigo mesma e teria encontrado o parceiro para compartilhar a caminhada.

Tenho semeado a independência, o respeito e o amor próprio e já é possível vislumbrar o início do que se poderia chamar florescimento, mas até o pleno desabrochar dessas sementes restam ainda algumas estações. Essa espera me causa certa ansiedade, que procuro controlar, porque a minha vida está acontecendo agora em toda a sua forma e esplendor.

Raízes fortes e bem estruturadas estão sendo formadas e poderão garantir a sustentação da flor, quando ela estiver pronta para desabrochar. Penso sempre que o importante é tentar viver da melhor maneira possível o hoje, mas sem esquecer que o amanhã é uma possibilidade concreta.