quinta-feira, 12 de março de 2009

Um poema para nao morrer - Kate



Pela Janela aberta


Sempre vejo a vida
Acontecendo
Além de minha janela

As vozes
Os gritinhos infantis
Me fazem crer
Que o tempo corre para eles

Para mim
Apenas acentua
Meus traços
Enrijece meu corpo
E me gasta as vistas

O sol atinge minha janela aberta
Aquece os cômodos
E traz os ares de fora

O vizinho refez o muro
O menininho que andava de bicicleta
Agora se move veloz em seu carro.
O pai dela, ali na esquina,
Já morreu há tempos...

E eu?
Quando viverei?


(porque viver acontece lá fora)

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