quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Das perguntas - Kate

As perguntas estão por toda parte. Já nascemos com elas.
Por exemplo, a raça humana não sabe de onde veio e não tem a menor certeza científica de para onde vai. Assim, sem falarmos de religião ou alguma teoria fantástica. Estamos neste mundo para viver o hoje, o presente e nada mais. Parece que o sol se levanta todas as manhãs e nos grita isso. Parece que quando o dia se põe e a noite vem chegando ela sussurra devagar em nossos ouvidos: prepare-se, descanse, amanhã tem um dia novinho a ser vivido.
Cientistas, pensadores, filósofos, religiosos, poderosos, matemáticos, místicos. Ninguém jamais provou que a teoria que defende sobre o pós-vida está correta. Já reparou nisso? Vivemos, matamos uns aos outros, nascemos, evoluímos e nada de decifrarmos estes pontos delicados de de onde viemos e para onde estamos indo. Creio tratar-se de um aviso, pense você mesmo de quem, que reafirme a idéia do presente. O presente é tudo o que temos. Viveremos e morreremos e muitas de nossas interrogações não encontrarão um ponto final.
Não podemos acrescentar horas ao nosso dia, nem retirar sequer um minuto. Todos, indistintamente vivemos 24horas do dia, sejamos pobres, ricos, crianças, velhos, homens ou mulheres.
As perguntas estarão sempre em nossa bagagem. Se serão um fardo ou uma excelente companhia, cabe a cada um de nós decidir.

(...)
Meu texto acima ficou muito bonito e filosófico, eu sei, mas o dia-a-dia não é tão simples assim. Na rotina diária, queremos respostas para ontem, explicações para anteontem e por isto temos frustrações aos montes.
Lembro de quando pequena, acreditar que minha mãe tinha o poder de fazer passar qualquer dor que eu pudesse sentir. Minha primeira frustração aconteceu por volta dos 7 ou 8 anos, quando de uma dor de ouvido ela me informou q eu tinha mesmo que esperar o efeito do remédio ou, se não passasse, teríamos de voltar novamente ao médico.
Desde a infância descobri que não teria a resposta que estava aguardando, nem minha mãe poderia dá-las para mim quando eu exigisse.
Foi na adolescência que tencionei ter todas as respostas para as grandes perguntas ( de onde viemos, para onde vamos, se há vida inteligente em outros planetas...) e somente após alguns anos de insistentes questionamentos a Deus, me resignei em minha insignificância, pois concluí que, se Ele não havia respondido ao grandes pensadores, questionadores históricos, não seria a mim que iria falar.
Então sigo tranqüila agora, acompanhada de uma tonelada de perguntas que tenho ciência de que jamais saberei as respostas.... as vezes não é fácil passar em branco, em outras consigo seguir adiante...

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